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28/4/2020

Ensino online: investigadora do CIEC alerta para o aumento das assimetrias sociais

A investigadora do CIEC Teresa Sarmento foi a referência que o jornal “Expresso” tomou em reportagem acerca do agudizar das desigualdades sociais na adoção do ensino à distância.

Como e em que pé de igualdade todos os pais podem ajudar os filhos diante das novas tecnologias? “Nós sabemos que quando os pais querem ajudar, pode haver uma prática de excesso de norma dos pais para a criança. É preciso ter cuidado. A ajuda dos pais nas tarefas dos filhos não pode ser uma substituição da ação dos filhos”, destaca a investigadora.

A jornalista chama a atenção para o facto de que “se até aqui andámos a lutar para que os mais novos se mantivessem afastados do uso intensivo destes dispositivos, agora é a própria escola a exigir que olhem para eles, mais tempo do que era habitual, para poderem continuar a aprender”. Porém, uma contradição que pode e deve ser explicada às crianças porque “têm capacidade de compreender que há situações que são anómalas, estranhas e excepcionais e que a defesa do uso das tecnologias se justica neste caráter de exceção”, justifica Teresa Sarmento.

E será possível transportar a sala de aula para o espaço casa? “Obviamente que não”,
responde imediatamente a investigadora. “A educação é importante mas não se pode cumprir o programa tal como ele estava previsto”. E avisa que “não podemos correr o risco de retroceder muito no processo educativo e continuarmos a fazer o que se fazia há décadas e que o professor João Formosinho [também investigador sénior do CIEC] descrevia como ‘o currículo pronto a vestir de tamanho único’”.

Será, contudo, importante que a criança continue a ter aulas, que tenha um processo educativo, que perceba que pertence na mesma a um grupo, a uma turma(…), dando ideias sobre atividades a fazerem em casa”, conclui a investigadora, que chama ainda a atenção para a necessidade de “ajudar as famílias porque (…) os pais não estão habituados a estar com as crianças dois meses seguidos e há muitas situações de desemprego, teletrabalho, de familiares doentes que não podemos ignorar”.

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